A digitalização completa do campo brasileiro poderia elevar a produtividade do agronegócio em pelo menos 20%, segundo Carolina Vergeti, diretora-geral da tmdigital, empresa do Grupo TerraMagna especializada em tecnologia para gestão de riscos de crédito no setor agro. A afirmação foi feita durante o painel “Agrotech”, que encerrou o Summit Agro Estadão 2025, em São Paulo.
Atualmente, apenas 5 mil dos cerca de 5 milhões de imóveis rurais do país podem ser considerados digitais, utilizando diariamente a internet e ferramentas tecnológicas para otimizar a produção.
O principal obstáculo para a digitalização do campo é a limitada cobertura de internet. Apenas 33,9% das propriedades rurais brasileiras têm cobertura 4G ou 5G completa, de acordo com o Indicador de Conectividade Rural (ICR), da Associação ConectarAGRO. Isso significa que sete em cada dez propriedades enfrentam conexão de baixa qualidade ou ausência total de internet.
Mesmo com esses desafios, o agronegócio representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e especialistas afirmam que a cobertura integral poderia transformar significativamente a produtividade e eficiência do setor.
Tecnologia reduz custos e aumenta produtividade
O uso de máquinas agrícolas conectadas permite economia de até 30% em combustível e insumos. A automação de fertilizantes e defensivos pode reduzir gastos em até 90%, além de melhorar a qualidade do solo e aumentar a produtividade da soja em até dez sacas por hectare.
A demanda por tecnologia cresce entre os produtores. Observa-se que atualmente os agricultores buscam ativamente soluções como drones e sistemas de monitoramento por satélite, que permitem prever e mitigar efeitos de eventos climáticos.
Além da produtividade, a digitalização também impacta o acesso a crédito e seguros. A mensuração precisa de riscos climáticos ajuda os produtores a se prepararem melhor, facilitando a contratação de seguros agrícolas, de acordo com especialistas do setor.
Por que a internet ainda não chega a todo o campo
Embora a cobertura 4G e 5G tenha avançado de 18,7% para 33,9% em um ano, é urgente acelerar a expansão, não apenas oferecendo tecnologia, mas também capacitação para seu uso. Segundo pesquisadores e representantes do setor agro, iniciativas de universidades, distribuidores de internet, Senar e CNA são positivas, mas ainda é necessário um programa nacional mais amplo.
Mesmo em áreas com acesso à rede, a comunicação sobre métricas de sustentabilidade ainda é complexa. Os dados disponíveis são difíceis de encontrar e analisar, e a inteligência artificial pode simplificar o acesso a informações relevantes para os agricultores.
Redes privativas 4G e 5G como alternativa
Diante da dificuldade de levar fibra óptica a regiões remotas, redes privativas em 4G e 5G surgem como solução estratégica para digitalizar o campo. Esses sistemas permitem operação de sensores, automação remota e comunicação entre máquinas, viabilizando a agricultura de precisão, otimizando o uso de insumos e reduzindo custos operacionais em localidades com cobertura pública limitada ou inexistente.
A Venko fornece infraestrutura completa para implantação dessas redes, incluindo kits com arquitetura de core, rádios para estações de transmissão (Nokia FlexiZone Mini-Macro BTS) e CPEs internos e externos, permitindo que fazendas, cooperativas e polos industriais construam redes independentes e adaptadas às necessidades locais.
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Fonte: Estadão
Imagem: Canva